Lock-in: quando a conveniência prende a sua empresa

Lock-in refere-se a situações em que a empresa adquire um produto de tecnologia, mas não pode “sair” dele.

Lock-in é frequentemente usado para descrever uma situação na qual um cliente fica preso a um produto ou serviço específico devido a uma série de barreiras, tornando difícil ou caro fazer a mudança para um cenário diferente.

Essa armadilha pode parecer conveniente no início, mas com o tempo pode se tornar uma fonte de frustração e limitação. Para além da limitação, quais outras consequências a sua empresa pode ter ao estar aprisionada a um serviço? Confira na leitura deste artigo.

Definição de lock-in

Em algum momento você já contratou um sistema tecnológico para o seu negócio, mas, com o passar do tempo, viu que a solução não era exatamente o que a empresa necessitava, porém ficou impossibilitado de trocá-la? Esse cenário exemplifica o significado de lock-in, que em tradução literal quer dizer “trancar” ou “estar trancado”.

Como no exemplo citado acima, o termo é utilizado para se referir a situações em que a empresa adquire um produto de tecnologia, mas não pode “sair” dele. E isso pode acontecer por diversas razões: burocracia para migrar o banco de dados, substituição cara, incompatibilidade de dispositivos ou quando o produto é muito personalizado e a sua infraestrutura fica presa a funcionalidades específicas.

Tipos de lock-in

Geralmente, o profissional de TI analisa minuciosamente o contrato e as políticas do serviço/produto tecnológico antes de ser adquirido pela empresa para compreender todos os recursos e funcionalidades oferecidos pelo provedor, além de evitar o “trancamento”.

No entanto, às vezes esse cenário pode passar despercebido. Entenda quais são as classificações de lock-in:

  • Version lock-in: significa estar preso a uma versão específica de um produto ou software, dificultando a migração para versões mais recentes ou alternativas.
  • Vendor lock-in: indica estar preso a um único fornecedor para produtos ou serviços, o que pode limitar a flexibilidade e a capacidade de negociação.
  • Skills lock-in: refere-se à situação em que a equipe possui conhecimento ou habilidades específicas que não são facilmente transferíveis para outras ferramentas ou tecnologias.
  • Product lock-in: significa estar preso a um produto específico, sem flexibilidade para mudar para produtos concorrentes.
  • Platform lock-in: indica estar preso a uma plataforma específica fornecida por um único provedor, tornando difícil migrar para outras plataformas.
  • Legal lock-in: significa estar vinculado a um produto ou serviço devido a razões contratuais, como penalidades por rescisão antecipada ou cláusulas de exclusividade.
  • Architecture lock-in: refere-se a ficar preso a uma infraestrutura tecnológica rígida, dificultando a adaptação a novas tecnologias ou sistemas.

Cloud lock-in

Como vimos no tópico anterior, existem diferentes tipos de lock-in, que vão desde o aprisionamento de versão até a arquitetura do produto. No entanto, outro caso mais comum do que imaginamos é o cloud lock-in.

O termo é utilizado para se referir ao aprisionamento na nuvem. Mover as aplicações de uma nuvem para outra é bastante desafiador, tanto em termos operacionais, quanto em custos.

Se a sua empresa está operando apenas em uma nuvem pública, por exemplo, provavelmente enfrentará muitos desafios de conversão. Isso acontece porque as APIs utilizam recursos que possibilitam o acesso às funções específicas e sem padronização. Segundo o estudo Cloud (In)Security da Zscaler Threatlabz, 97% das corporações já foram vítimas de algum tipo de problema de segurança na nuvem.

Um cenário bastante comum em empresas que contam apenas com os recursos da nuvem pública é em relação ao backup. Confiam em armazenar todas as cópias de segurança na cloud pública por conta do baixo custo, mas esquecem que estão sujeitas a problemas como: violação dos dados, conformidade regulatória e acesso não autorizado.

O custo de estar preso

O lock-in parece uma solução conveniente a curto prazo, mas pode levar a consequências negativas a longo prazo. Confira abaixo quais prejuízos essa prática pode causar:

Alto custo a longo prazo

A falta de capacidade de adotar tecnologias mais recentes e eficientes pode levar a despesas contínuas de manutenção, mesmo que a solução atual pareça eficiente.

Queda na produtividade

O lock-in também pode causar uma redução na produtividade, já que estar preso a uma ferramenta menos eficiente limita a capacidade de aproveitar ao máximo as melhores soluções tecnológicas disponíveis. Combinação adequada de ferramentas tecnológicas é essencial para garantir o melhor desempenho do negócio.

Dificuldade de acesso a novas tecnologias

A dependência de uma ferramenta específica pode dificultar o acesso a tecnologias mais avançadas. Por exemplo, se uma ferramenta tem uma linguagem de programação própria que não se integra bem com outras, isso limita a capacidade de adotar novas tecnologias que não estejam vinculadas à mesma ferramenta.

Custos imprevistos

Empresas presas a determinadas tecnologias estão mais vulneráveis a cobranças indevidas e custos imprevistos. Os fornecedores podem impor aumentos de preços significativos, sabendo que os clientes dependem deles.

Problema com suporte

O lock-in também pode resultar em problemas com suporte técnico, já que as empresas podem enfrentar dificuldades para obter suporte adequado das plataformas ou fornecedores.

Como driblar o lock-in?

Embora o lock-in possa ser difícil de evitar completamente, existem algumas estratégias que as empresas podem adotar para minimizar seus efeitos:

  • Utilize diferentes provedores de PaaS;
  • Questione o provedor sobre redundância e arquitetura do sistema;
  • Use aplicativos de código aberto;
  • Confira minuciosamente quais são as políticas da plataforma;
  • Cheque como acontece a transferência de dados;
  • Se possível, fuja de customizações complexas.

Conclusão

Como já aprendemos aqui, o lock-in pode resultar em custos ocultos. Os clientes ficam presos a preços mais altos ou a contratos desfavoráveis, sem a capacidade de negociar melhores termos devido à sua dependência ao fornecedor atual.

Para driblar esses problemas, uma estratégia que vem crescendo entre as empresas é a multicloud, ou seja, diferentes serviços de computação em nuvem.

Precisa de ajuda para tornar a sua infraestrutura mais segura? Converse com os nossos especialistas.

Assine nossa newsletter e não perca nenhum post!