A segurança cibernética é uma preocupação recorrente no universo empresarial. Duas práticas fundamentais para fortalecer a segurança de sistemas e redes são a análise de vulnerabilidades e o pentest.
Embora ambas tenham o objetivo de identificar fraquezas em sistemas de TI, elas se diferem em seus métodos, escopos e objetivos. Porém, apesar de suas diferenças, a análise de vulnerabilidades e pentest são estratégias complementares para tornar a sua empresa mais segura digitalmente.
Tem interesse no assunto? Neste artigo, exploraremos essas diferenças essenciais para ajudá-lo a entender melhor essas práticas vitais de segurança cibernética.
Vazamento de dados no Brasil
Para organizações que lidam diariamente com um grande volume de armazenamento e manipulação de informações, compreender as possíveis vulnerabilidades que podem resultar em ataques e vazamentos de dados é de suma importância.
De acordo com uma pesquisa divulgada pela Surfshark, o Brasil contabilizou cerca de 286 mil vítimas de vazamento de dados apenas no primeiro trimestre de 2022. Nem mesmo as instituições financeiras estão livres desse ato criminoso.
O Banco Central comunicou o vazamento de 87.368 chaves Pix de uma instituição financeira. Além dos pix, os hackers capturaram: nome do usuário, CPF com máscara, instituição de relacionamento, agência e número da conta.
Mitigando os riscos
Mas como mitigar os riscos da sua empresa? Uma abordagem eficaz para fortalecer a segurança cibernética, é iniciar com uma análise de vulnerabilidades, visando obter uma compreensão abrangente do ambiente de TI da organização.
Depois, a realização de testes de intrusão é essencial para avaliar a gravidade de cada vulnerabilidade identificada. Essas medidas representam um ponto de partida sólido para fortalecer a segurança do ambiente de TI e proteger os dados sensíveis da empresa contra potenciais violações. Vamos entender cada um desses passos?
Análise de vulnerabilidades: scaneando seu ambiente de TI
A análise de vulnerabilidades consiste em realizar uma varredura abrangente em todo o ambiente de Tecnologia da Informação (TI), compreendendo desde dispositivos como computadores e smartphones até recursos mais complexos, como servidores de e-mail e cargas de trabalho em nuvem. O objetivo é identificar potenciais brechas e vulnerabilidades em cada endpoint.
Essa análise inicial desempenha um papel fundamental na identificação e classificação das vulnerabilidades mais críticas, permitindo que os recursos sejam direcionados de maneira eficaz para mitigar essas ameaças e proteger o ambiente e os dados. Após a identificação das vulnerabilidades, o próximo passo para proteger o seu ambiente de TI é a realização do pentest.
Como funciona a análise de vulnerabilidades?
Para que a análise de vulnerabilidades ocorra como o esperado, é preciso seguir algumas etapas primordiais:
Varredura automatizada: utilização de ferramentas automatizadas para examinar o ambiente de TI em busca de possíveis vulnerabilidades, como brechas de software desatualizado, configurações incorretas e falhas de segurança conhecidas.
Identificação de vulnerabilidades: as ferramentas de análise de vulnerabilidades identificam possíveis falhas de segurança, incluindo vulnerabilidades de sistemas operacionais, aplicativos, serviços de rede e configurações inadequadas.
Avaliação de risco: as vulnerabilidades identificadas são classificadas e avaliadas com base em sua gravidade, probabilidade de exploração e potencial impacto no ambiente de TI.
Priorização de correções: com base nos resultados da análise, as vulnerabilidades são priorizadas de acordo com o risco que representam para a segurança da organização. As correções são planejadas e implementadas para mitigar os riscos identificados.
Relatórios e recomendações: um relatório detalhado é gerado, documentando as vulnerabilidades encontradas, suas causas e recomendações para corrigi-las. Esse relatório é utilizado pela equipe de segurança para orientar as ações de remediação e melhorias na segurança cibernética da organização.
Pentest: testando a sua segurança
O pentest, derivado do termo em inglês “penetration test” ou teste de penetração, consiste em simular um ataque hacker para avaliar a segurança de um sistema ou rede. Em outras palavras, seu objetivo é identificar e explorar vulnerabilidades em sistemas, da mesma forma que um atacante real faria.
Devido à crescente importância da segurança de dados, tanto por exigências regulatórias quanto por expectativas de clientes e partes interessadas, o pentest tornou-se uma medida indispensável para empresas de todos os tamanhos e setores. Ao fornecer uma visão detalhada das fragilidades do sistema, essa prática capacita as organizações a tomar medidas proativas para mitigar riscos e fortalecer a sua postura de segurança cibernética.
Como funciona o pentest?
Tudo é feito em um ambiente controlado com o auxílio de profissionais altamente qualificados em segurança cibernética, especializados na prática do hacking ético. O processo segue os seguintes passos:
Reconhecimento: os testadores coletam informações sobre o sistema alvo, utilizando métodos como análise de código-fonte e inteligência de software livre.
Descoberta de destino e desenvolvimento: com base nas informações obtidas, os testadores identificam vulnerabilidades exploráveis e desenvolvem estratégias para atacar o sistema, como o uso de scanners de porta e criação de pretextos para engenharia social.
Descoberta: a equipe de teste executa os ataques planejados, que podem incluir injeções de SQL, ataques de negação de serviço e engenharia social, entre outros, com o objetivo de explorar vulnerabilidades e comprometer a segurança do sistema.
Escalada: após encontrar uma vulnerabilidade, os testadores tentam acessar mais informações no sistema, migrando de uma vulnerabilidade para outra. o objetivo é manter o acesso e aumentar os privilégios, simulando a persistência de ameaças avançadas.
Limpeza e geração de relatórios: ao final do teste, os testadores removem quaisquer vestígios de sua presença no sistema e elaboram um relatório detalhado, descrevendo as vulnerabilidades encontradas, os métodos utilizados, como evitaram a detecção e recomendações para correção de falhas.
Diferenças entre pentest e análise de vulnerabilidades
Em resumo, a análise de vulnerabilidades é um processo automatizado de identificação e quantificação de falhas de segurança conhecidas em sistemas.
Já o pentest é uma simulação controlada de um ataque cibernético real, onde profissionais tentam explorar ativamente as vulnerabilidades para avaliar a segurança de um sistema e sua capacidade de resistir a ataques.
Enquanto a análise de vulnerabilidades se concentra em identificar falhas, o pentest vai além, simulando ataques reais para testar a postura de segurança de uma organização.
Conclusão
Já deu para entender o quanto a análise de vulnerabilidade e o pentest são procedimentos essenciais para a proteção cibernética da sua empresa. É interessante avaliar a maturidade da segurança da informação do seu negócio e estabelecer objetivos claros antes de decidir entre análise de vulnerabilidades e pentest.
Se a empresa já possui documentação sobre brechas de segurança, o pentest pode ser aplicado imediatamente. Caso contrário, é essencial realizar uma análise inicial para compreender a situação do ambiente e determinar a melhor abordagem para melhorar a proteção de dados.
Ambas as soluções oferecem benefícios positivos, sendo aplicadas em momentos distintos e com finalidades específicas.